O país de fantasia do Passos Coelho e o país real dos portugueses



Eugénio Rosa
No discurso de encerramento do Congresso do PSD, realizado no fim de semana de 24-25 de Março, um dos pontos mais matraqueados por Passos Coelho, foi que o seu governo estava a conseguir equilibrar as contas externas do País, e que isso determinaria que Portugal já não se teria de endividar mais ao estrangeiro, tendo apenas de pagar a divida existente.
E isso, segundo o 1º ministro, era a condição indispensável para que o país pudesse iniciar uma fase de crescimento económico sustentado.
No entanto, por ignorância ou com a intenção de enganar os portugueses, Passos Coelho “esqueceu-se” de explicar como está a ser conseguida a redução do défice da Balança Corrente, que inclui o de outras balanças com o exterior (importações e exportações, créditos e débitos), e quais as consequências futuras para o desenvolvimento do país da forma como essa redução conjuntural do défice externo está a ser realizada.
Por isso interessa analisar com objectividade esta questão e, para isso, vamos utilizar os últimos dados dados oficiais divulgados pelo Banco de Portugal e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Devido à redução significativa do consumo interno e, principalmente, do investimento, o défice da Balança Comercial (Bens) tem diminuído mas, como consequência, quer do controlo crescente das grandes empresas portuguesas quer da riqueza produzida em Portugal pelos grandes grupos económicos estrangeiros, o défice da Balança de Rendimentos não tem diminuído, em percentagem do saldo da Balança Corrente, que inclui o saldo das diversas balanças das relações de Portugal com exterior, até tem aumentado como mostra o quadro seguinte construído com dados divulgados pelo Banco de Portugal.
Entre 2008 e 2011, o saldo negativo da Balança Corrente, que inclui os saldos das outras balanças, diminuiu em -49,3%, sendo esta descida determinada em grande parte pela redução do saldo negativo da Balança Comercial que, no mesmo período, registou uma redução de -42,6%. No entanto, o saldo negativo da Balança de Rendimentos com o exterior aumentou em +9,7%, o que significa que a diferença entre os rendimentos transferidos para o exterior (débito) e os recebido do exterior (credito) continuou a aumentar de uma forma desfavorável para o país. Segundo o Banco de Portugal, só no período 2008-2011, foram transferidos para o exterior 74.942 milhões €, cerca de 43,6% do PIB, o que determina a descapitalização do país, e impede que esta elevada parcela da riqueza criada pelos portugueses não seja investida em Portugal, para modernizar e aumentar a competitividade das empresas e criar emprego. E a tendência tem sido de agravamento, mas Passos Coelho, por ignorância ou intencionalmente para enganar a opinião pública, nada disse sobre esta matéria importante.
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Eugénio Rosa |
E isso, segundo o 1º ministro, era a condição indispensável para que o país pudesse iniciar uma fase de crescimento económico sustentado.
No entanto, por ignorância ou com a intenção de enganar os portugueses, Passos Coelho “esqueceu-se” de explicar como está a ser conseguida a redução do défice da Balança Corrente, que inclui o de outras balanças com o exterior (importações e exportações, créditos e débitos), e quais as consequências futuras para o desenvolvimento do país da forma como essa redução conjuntural do défice externo está a ser realizada.
Por isso interessa analisar com objectividade esta questão e, para isso, vamos utilizar os últimos dados dados oficiais divulgados pelo Banco de Portugal e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Devido à redução significativa do consumo interno e, principalmente, do investimento, o défice da Balança Comercial (Bens) tem diminuído mas, como consequência, quer do controlo crescente das grandes empresas portuguesas quer da riqueza produzida em Portugal pelos grandes grupos económicos estrangeiros, o défice da Balança de Rendimentos não tem diminuído, em percentagem do saldo da Balança Corrente, que inclui o saldo das diversas balanças das relações de Portugal com exterior, até tem aumentado como mostra o quadro seguinte construído com dados divulgados pelo Banco de Portugal.
Entre 2008 e 2011, o saldo negativo da Balança Corrente, que inclui os saldos das outras balanças, diminuiu em -49,3%, sendo esta descida determinada em grande parte pela redução do saldo negativo da Balança Comercial que, no mesmo período, registou uma redução de -42,6%. No entanto, o saldo negativo da Balança de Rendimentos com o exterior aumentou em +9,7%, o que significa que a diferença entre os rendimentos transferidos para o exterior (débito) e os recebido do exterior (credito) continuou a aumentar de uma forma desfavorável para o país. Segundo o Banco de Portugal, só no período 2008-2011, foram transferidos para o exterior 74.942 milhões €, cerca de 43,6% do PIB, o que determina a descapitalização do país, e impede que esta elevada parcela da riqueza criada pelos portugueses não seja investida em Portugal, para modernizar e aumentar a competitividade das empresas e criar emprego. E a tendência tem sido de agravamento, mas Passos Coelho, por ignorância ou intencionalmente para enganar a opinião pública, nada disse sobre esta matéria importante.
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