| Jornal online - Registo ERC nº 125301



Caso freeport: as técnicas de sempre
Publicado domingo, 1 de fevereiro de 2009 | Por: Notícias do Nordeste

=Neste caso existem dois processos em simultâneo, o judicial e o político. Ao contrário do politico, o judicial vai andando devagar e devagarinho…

Judicialmente, no passado recente, os tribunais julgaram/condenaram um militante do CDS/PP (autor de denuncia anónima que levou à abertura deste processo), um inspector da polícia judiciária, um ex-chefe de gabinete de Santana Lopes e alguns jornalistas, que em conluio e violando o segredo de justiça tentaram em 2004 fazer uma campanha difamatória e gerida ao longo do tempo, contra José Sócrates, então candidato a Primeiro-Ministro.

Na passada semana, a procuradora Cândida Almeida, directora do departamento Central de Investigação e Acção penal (DCIAP) e agora responsável pela investigação do Caso Freeport deu uma entrevista à RTP1, onde produziu três passagens muito esclarecedoras:

1 – Grande parte do que passa por fugas de informação são meras invenções. Exemplo: as autoridades inglesas em nenhuma circunstância solicitaram informações sobre as contas bancárias de José Sócrates;

2 – Cândida Almeida não viu (nem quer ver) o famoso DVD, o qual aliás não consta dos inquéritos. Os outros magistrados que investigam o caso também não;

3 – A procuradora declarou que perante o que conhece e se estivesse no lugar do Primeiro-Ministro, também ela poderia pensar que estamos perante uma cabala.

Também a Procuradoria-Geral da República, em comunicado esclarece no seu ponto numero 7 que “Os alegados factos que a polícia inglesa utiliza para colocar sob investigação cidadãos portugueses são aqueles que lhe foram transmitidos em 2005 com base numa denúncia anónima (a do tal militante do CDS/PP que foi condenado), numa fase embrionária da investigação, contendo hipóteses que até hoje não foi possível confirmar, pelo que não há suspeitas fundadas”.

Posto isto, porque será que alguma Comunicação Social não sublinha os factos relacionados com o início do processo, as declarações da procuradora Cândida Almeida e o comunicado da Procuradoria-Geral da República? Afinal foi com base neles que o Caso Freeport virou questão de Estado, como referiu o Sr. Presidente da República.

Na justiça, isto é, para o Ministério-Público, Sócrates nem sequer é suspeito, mas para alguns comentadores e certa imprensa o que importa é chafurdar na lama. Assim, como escreve no Publico Miguel Júdice, foram efabulando uma história com laivos maléficos de alguma irracionalidade. Então é assim, o Ministro Sócrates, com o Tio como intermediário, Recebeu milhões e o primo acaba a mendigar uma campanhazita de publicidade como compensação para os “favores”. Isto é crível?

Lembrando ainda as palavras daquele comentador, poucos colocam uma hipótese simples mas talvez mais plausível para explicar parte deste caso. A Administração Pública Portuguesa é lenta, formalista, por vezes desinteressada dos efeitos nefastos dos seus procedimentos para os investidores, para a cidadania, para o desenvolvimento social e económico do País. Por vezes gravitam à volta dela, uma série de “lobbistas” que supostamente conseguem comprar os decisores e com isso resolverem problemas de cidadãos e de empresários, fazendo assim com que centenas de políticos e quadros superiores tenham sido comprados sem o saberem, porque alguém recebeu dinheiro para lhes entregar, sem o terem feito. Porque será que ninguém explorou esta hipótese nos doutos comentários que nos últimos dias vamos ouvindo?

Também Vasco Pulido Valente referia numa crónica naquele diário que passo a citar “De certa maneira existe conspiração de que Sócrates suspeita: a conspiração dos Portugueses (alguns digo eu) que o detestam e que descobriram de repente um motivo obvio para correr com ele”. Entre esses Portugueses estão magistrados, muitos jornalistas, muitos líderes de grupos de interesse, professores, médicos, engenheiros e políticos.

Na análise política é muito diferente o José Sócrates ser culpado ou inocente (até às eleições só esta análise pode ser feita), mas quem está contra ele, o objectivo é que o resultado seja o mesmo.

A oposição institucional e formal (os Partidos) dizem que não comentam o caso, porque ele está na esfera da justiça, mas obviamente que tudo fazem para que Sócrates seja queimado em lume brando, ficando sob suspeita mesmo quando a Procuradoria o iliba (veja-se as declarações de Pacheco Pereira e Alberto João Jardim).

Alguns blogues espalham pela internet comentários caluniosos, outros, quase sempre sob o anonimato, afirmam ter conhecimento disto e daquilo. Muitos, nos lacais de trabalho, nos cafés ou restaurantes, fazem comentários insidiosos. O objectivo é claro, diminuírem politicamente o Primeiro-Ministro.

O tempo corre a favor da oposição em geral e do PSD em particular. A justiça em Portugal é lenta e se os rumores da falta de seriedade de José Sócrates seguirem o seu caminho, e a isso juntarmos a Crise Internacional e Nacional que ganha dimensão a cada dia que possa, talvez possam tirar a maioria absoluta nas legislativas ao Partido Socialista. Acrescentar uma crise política à crise económica em vivemos, pouco ou nada importa para os muitos que fomentam esta campanha de raiva contra José Sócrates.

Não é a primeira vez que Sócrates passa por estas provações e tem de enfrentar uma campanha tão negra, com técnicas apuradas de deturpação e de insidio. O que se está a passar no país é gravíssimo num Estado de Direito: um julgamento popular ao Primeiro-Ministro.

Só a sua resistência e determinação têm permitido governar o País e defender a sua honra e a sua integridade pessoal.

Sem suspeitas fundadas, com o coração aberto e livre, os portugueses testemunharão na hora certa que José Sócrates é o melhor Primeiro-Ministro que já tivemos.

Rui Santos (Presidente da Federação Distrital do Partido Socialista de Vila Real)

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